sábado, 28 de setembro de 2013

Madruga Cruzada

TRIIIIIIIIIIIIM!

-- Amor, tá acordada?

-- Hein?!

-- É, já vi que não.

-- Eu não estava até você ligar, né?

-- Amor, acho que estou com insônia.

-- Jogar FIFA até às 3 da manhã agora se chama “insônia”?

-- Não joguei até 3 da manhã.

-- Ah, não?

-- Não, foi até às 4.

-- Está vendo só? Se vira aí, me deixa dormir. Tchau.

-- Espera! Não consigo, amor, fala um pouco comigo.

-- Um pouco. Pronto, agora dorme.

-- Bem que você podia me contar alguma coisa do seu trabalho, hein, amor?

-- Por que eu faria isso a essa hora?

-- Para ver se eu pegava no sono de vez.

-- Ah, agora tem mais essa?! Além de me acordar, ainda vem falar mal do meu trabalho?

-- Você quer que eu fale o que de quem trabalha como recepcionista de um hospital?

-- Hein? Tá louco?

-- Hein o quê?

-- Eu sou contadora.

-- Com assim? Não é a Carlinha que está falando?

-- Não, aqui é a Renata. Quem é?

-- É o Roberto. Foi mal, liguei errado.

-- Fazer o quê? Tchau.

-- Não, espera!

-- O que foi?

-- Já que você acordou mesmo, diz aí. Ser contadora é mais entediante do que recepcionista de hospital, né? Tem como você falar do seu trabalho e me ajudar a dorm...

PLACT!

-- Desligou na minha cara?! Que abusada...


                                                       Imagem: wwww.minhavida.com.br

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Livro da Semana 10: “Não Faz Sentido – Por Trás da Câmera”

Fazia tempo que eu não vinha aqui dar dicas literárias, é verdade. Também é verdade que o “da semana” no título é uma mera licença poética. Mas tudo bem. O fim dessa hibernação, porém, tem um bom motivo. Vários bons motivos, na realidade. Como vocês já podem sugerir, estou falando do tão falado livro de Felipe Neto: “Não Faz Sentido – Por Trás da Câmera”.

A obra de hoje é extremamente recente não só no que diz respeito a seu lançamento (agosto/2013), como também em relação aos acontecimentos narrados. É tudo muito pensado e escrito num “hoje” cada vez mais “hoje”, até mesmo se você for ler em 2020 (quem ler o livro entenderá o que estou dizendo).

Para mim, em especial, teve um significado ainda mais forte. Vi no autor uma espécie de espelho de ideias e reflexões sobre a vida. Temos a mesma idade, com trajetórias pessoais bastante parecidas e ideias semelhantes. Ah, e também gostamos de Harry Potter. Enfim, não foi só isso que me chamou a atenção e me fez engolir o livro. Pelo contrário, esses predicados foram apenas a preparação do terreno e lhes explico o porquê.

Certa vez, conversando entre amigos, um deles (que trabalha no meio artístico) falou: “se você não estudou na PUC, não fez Tablado ou não tem pai famoso, então esquece. Não há oportunidades para quem é de fora”. Esta frase se referia especificamente a teatro, direção, novela, essas coisas. Como não poderia deixar de ser, me marcou profundamente. Passei a refletir na razão de um meio supostamente tão liberal como o artístico ser tão fechado a talentos “de fora”. E como isso é injusto.

Foi com esta mesma frase na cabeça que fui acompanhando todos os passos e angústias do Felipe, que veio, do nada (do Buraco do Padre, para ser mais preciso dando nome aos bois), para se tornar esse fenômeno midiático que é hoje. O melhor disso: como aproveitou o sucesso para empreender e passar adiante tudo que a sua experiência de vida e de trabalho trouxe até aqui como um verdadeiro guia.

Hoje posso dizer que a leitura do livro me fez abrir a cabeça para muitos tópicos da minha vida, me ajudando inclusive a refletir e decidir sobre aspectos profissionais, sobre os rumos pelos quais pretendo trilhar a partir de agora, que certamente são bem diferentes daqueles que tomei quando fiz o Vestibular, lá atrás em 2005.

Agora, mais do que nunca, recomendo a leitura da obra. Nunca é tarde para nos olharmos no espelho e nos perguntarmos se aquilo que estamos vendo refletido de fato faz sentido.

Para mim, não fazia mais. E para você?