Foco, poder, prosperidade, determinação, perseverança, amor, concentração, objetivo. Todas são lindas
palavras. Fortes, com presença marcante em qualquer frase em que aparecerem. E
é com base nisso, meus amigos, que muitos “escritores” se aproveitam. É esse o
princípio básico dos textos de autoajuda: palavras fortes. Querem ver?
Vocês
terão um exemplo mais adiante de como é simples fazer isso. Eu nem sou escritor
desse tipo de “gênero”, jamais produzi nada parecido. Mas estou aqui
tranquilamente pensando em algo para te deixar muito bem, feliz, confiante e,
claro, iludido. Assim você comprará o meu próximo livro, que também te ajudará
a ficar tudo isso novamente. E você me ajudará a ser mais rico. No fim, você é
quem me ajuda. Mas não percamos o fio da meada, não é? Afinal, eu não sou
escritor de autoajuda, então não vou ficar rico.
Primeiro,
importante pensar num tema para “ajudar” o leitor. Decisão muito difícil, que
dura cerca de 7 segundos para ser tomada: carreira e profissões me parece
interessante a se abordar. Todo mundo minimamente ambicioso tem ou tenciona ter
uma carreira. Moleza. Daí em diante, como se fosse mágica, as palavras fluem de
uma maneira em que se misturam, se sustentam, se dão as mãos e te levam para
uma corrente mais abstrata do que um quadro pintado de branco com um ponto preto no meio de um
pônei alado andando de bicicleta (com rodinhas).
Claro
que a ideia aqui é geral, não me especifico em um ou outro livro/texto de
autoajuda. Existem exceções? Claro que sim. Há obras de psicólogos, consultores
financeiros, dentre outros profissionais, que te dão embasamento e orientações
concretas, com estudos e aprofundamento muitas vezes científicos. Não é desses
livros que falo, acho que deu pra entender.
Aqui
vai, então, o texto de autoajuda que preparei para vocês. E lembrem-se: NÃO
ACREDITEM NELE! Eu que escrevi e não acredito em uma vírgula do que disse,
então não caiam nessa. Vamos lá:
“A vida é um ciclo abundante de
oportunidades na roda da fortuna da prosperidade. Todos, sem exceção, temos um
lugar ao sol. Nem que seja por dez segundos, a chance sempre virá. Tenha
perseverança e não desista. A corrida pelo sucesso tem muitos obstáculos para
você, mas também para todos à sua volta. Se diferencie. Busque na fonte da
ternura toda a concentração para te fazer chegar ao topo. Ah, e claro, jamais esqueça
de amar. O amor é a corrente fluvial que te carrega para o pote de ouro ao
final do arco-íris. Tenha em mente o seu objetivo. É nele que você deve focar. Só você tem esse poder.
Seja forte para não desistir. E, quando chegar lá, persevere para não se deixar
cair. O segredo é sempre prosperar e buscar o progresso sem desanimar. Ame a si
mesmo, não se deixe derrubar e não desista jamais. Todo seu esforço será
recompensado. Boa caminhada! Porque sorte só existe para quem tem foco.”
Viram
que coisa mais fofa que acabei de escrever em três minutos de mistureba de
palavras lindas e poderosas? Ora, pessoal, a ideia aqui é básica. Livros de
autoajuda são facilmente elaborados porque partem da ideia errada de que os
conselhos do escritor (às vezes até por experiências pessoais dele) podem ser
moldados para a vida de qualquer um com palavras sentimentalmente expressivas.
Não é assim tão simples. O contexto de nossas vidas é muito importante na hora
de se deixar orientar por alguém que escreve para tantas pessoas diferentes.
Eis
a armadilha: o “gênero” autoajuda te anestesia com lindas mensagens que nada
querem dizer, para você achar que, dali em diante, terá todos os ingredientes
para dar uma guinada na vida. Comigo
(e, prestem atenção, disse “COMIGO”), o que ainda funciona é conversar com a
família, os amigos e, claro, com o meu espelho.
Tente você também, antes de pensar em comprar algo do tipo “Como vencer na vida em
1000 passos sem trabalhar” (a não ser que seja um livro cômico).
Pode
realmente te ajudar.