quinta-feira, 9 de maio de 2013

Seção Livro da Semana - 9

Alô, alô, galera boa.

O livro dessa semana é curioso e nos traz uma história fictícia (será mesmo?) envolvendo o mundo competitivo e "cruel" da publicidade. Estamos falando da obra "29,99", do francês Fréderic Beigberder.

Uma vez que o próprio autor é publicitário, o livro traz detalhes muito reais desse mundo corporativo um tanto quanto diferente. Transita entre passagens bem humoradas com situações absurdamente surreais e perturbadoras, que nos fazem refletir sobre o que se passa atrás de cada 30 segundos de comerciais na TV por aí afora.

A história é narrada pelo protagonista Octave, um publicitário famoso, com um salário invejável e capaz de atrair ainda mais dinheiro, mulheres e cocaína em quantidades suficientes para lhe proporcionar uma sensação de indestrutibilidade. Aos, poucos, porém, vamos percebendo que Octave está mais para morto do que vivo, é infeliz, insatisfeito e nem todo o aparente glamour de sua vida o impede de ser um eterno nostálgico, noite e dia suspirando pela mulher que o deixou.Até que um dia, para variar um pouco, sair do marasmo e das mentiras do mundinho publicitário, começa a escrever um livro sobre a realidade que o cerca, revelando os piores podres dos bastidores da propaganda com um humor ácido e provocador. A grande polêmica causada na França é saber se o autor, Fréderic, escreveu algo próximo de uma autobiografia ou se realmente é tudo criatividade de sua cabeça. Ninguém sabe.





sábado, 4 de maio de 2013

"Auto" lá!


Foco, poder, prosperidade, determinação, perseverança, amor, concentração, objetivo. Todas são lindas palavras. Fortes, com presença marcante em qualquer frase em que aparecerem. E é com base nisso, meus amigos, que muitos “escritores” se aproveitam. É esse o princípio básico dos textos de autoajuda: palavras fortes. Querem ver?

Vocês terão um exemplo mais adiante de como é simples fazer isso. Eu nem sou escritor desse tipo de “gênero”, jamais produzi nada parecido. Mas estou aqui tranquilamente pensando em algo para te deixar muito bem, feliz, confiante e, claro, iludido. Assim você comprará o meu próximo livro, que também te ajudará a ficar tudo isso novamente. E você me ajudará a ser mais rico. No fim, você é quem me ajuda. Mas não percamos o fio da meada, não é? Afinal, eu não sou escritor de autoajuda, então não vou ficar rico.

Primeiro, importante pensar num tema para “ajudar” o leitor. Decisão muito difícil, que dura cerca de 7 segundos para ser tomada: carreira e profissões me parece interessante a se abordar. Todo mundo minimamente ambicioso tem ou tenciona ter uma carreira. Moleza. Daí em diante, como se fosse mágica, as palavras fluem de uma maneira em que se misturam, se sustentam, se dão as mãos e te levam para uma corrente mais abstrata do que um quadro pintado  de branco com um ponto preto no meio de um pônei alado andando de bicicleta (com rodinhas).

Claro que a ideia aqui é geral, não me especifico em um ou outro livro/texto de autoajuda. Existem exceções? Claro que sim. Há obras de psicólogos, consultores financeiros, dentre outros profissionais, que te dão embasamento e orientações concretas, com estudos e aprofundamento muitas vezes científicos. Não é desses livros que falo, acho que deu pra entender.

Aqui vai, então, o texto de autoajuda que preparei para vocês. E lembrem-se: NÃO ACREDITEM NELE! Eu que escrevi e não acredito em uma vírgula do que disse, então não caiam nessa. Vamos lá:

“A vida é um ciclo abundante de oportunidades na roda da fortuna da prosperidade. Todos, sem exceção, temos um lugar ao sol. Nem que seja por dez segundos, a chance sempre virá. Tenha perseverança e não desista. A corrida pelo sucesso tem muitos obstáculos para você, mas também para todos à sua volta. Se diferencie. Busque na fonte da ternura toda a concentração para te fazer chegar ao topo. Ah, e claro, jamais esqueça de amar. O amor é a corrente fluvial que te carrega para o pote de ouro ao final do arco-íris. Tenha em mente o seu objetivo. É nele que você deve focar. Só você tem esse poder. Seja forte para não desistir. E, quando chegar lá, persevere para não se deixar cair. O segredo é sempre prosperar e buscar o progresso sem desanimar. Ame a si mesmo, não se deixe derrubar e não desista jamais. Todo seu esforço será recompensado. Boa caminhada! Porque sorte só existe para quem tem foco.”

Viram que coisa mais fofa que acabei de escrever em três minutos de mistureba de palavras lindas e poderosas? Ora, pessoal, a ideia aqui é básica. Livros de autoajuda são facilmente elaborados porque partem da ideia errada de que os conselhos do escritor (às vezes até por experiências pessoais dele) podem ser moldados para a vida de qualquer um com palavras sentimentalmente expressivas. Não é assim tão simples. O contexto de nossas vidas é muito importante na hora de se deixar orientar por alguém que escreve para tantas pessoas diferentes.

Eis a armadilha: o “gênero” autoajuda te anestesia com lindas mensagens que nada querem dizer, para você achar que, dali em diante, terá todos os ingredientes para dar uma guinada na vida. Comigo (e, prestem atenção, disse “COMIGO”), o que ainda funciona é conversar com a família, os amigos e, claro, com o meu espelho.

Tente você também, antes de pensar em comprar algo do tipo “Como vencer na vida em 1000 passos sem trabalhar” (a não ser que seja um livro cômico).

Pode realmente te ajudar.