Não sou escritor. Tampouco gosto de
ler livros. Leio as notícias que estão na capa dos principais sites e olhe lá.
Gosto mesmo da página de esportes, mas até isso fico sem vontade de ler. Tudo
começou em uma briga absurda entre duas torcidas em Santa Catarina e o que
vimos no estádio saiu às ruas. Hoje estou triste, e talvez isso demore a
passar.
Comecei falando que não gosto de
ler. Por isso, tinha que prestar atenção nas aulas na época de colégio; caso
contrário, levaria cintadas em casa por causa das notas. Não que fosse uma
maravilha, mas consegui ir longe. Gostava de todas as matérias, mas a aula de
história em especial me fascinava. E, hoje, uma das minhas decepções veio de um
professor dessa disciplina.
Nas aulas de História, aprendi que
alguns povos foram perseguidos no início da década de 1930, quando um partido
ascendeu ao poder da Alemanha. Esse partido culpava esses povos, por tudo de
ruim que acontecia no país. “Encontrar” os culpados era fácil. Eles tinham seu
modo de se vestir, seus costumes... Os
que estavam no poder se utilizaram de uma propaganda poderosa para fazer com
que o que falavam era a verdade absoluta. Aquele papo de que “uma mentira
contada muitas vezes se torna uma verdade”. O povo alemão comprou a ideia. Preciso
contar o resto?
Hoje cedo, eu, dentista em meu
consultório, entre um paciente e outro, estava em uma rede social quando surge
a notícia de agressões gratuitas à torcedores de um clube. Torcedores que nada
tem a ver com o que acontece nos tribunais ou nos campos. Torcedores que têm
filhos pequenos, que são trabalhadores, CIDADÃOS.
Para minha tristeza, após campanha
intensa da mídia (inclusive incitando o ódio ao time que acabou favorecido nos
tribunais), assim como nos anos 30/40, grande parcela da população aderiu ao
pensamento e à fobia aos simpatizantes do time; afinal é muito mais simples
“retweetar” um pensamento do que criar o seu.
Como disse, nunca fui de escrever.
Pedi esse espaço para tentar conscientizar alguém, ou alguéns. Essa história já
ocorreu antes e acabou sendo o maior massacre da história. Não estou comparando
os massacres, mas sim as agressões que estão ocorrendo no Brasil e as que
ocorreram na Europa anos atrás. Creio que devemos aprender com erros.
Ah, sobre o professor de história? Ele
ridicularizou o time quando escrevi algo semelhante a esse texto no Facebook.