terça-feira, 6 de novembro de 2012

Rabo de Cachorro

O ofício ostenta a alcunha alinhada. Alcunha atravessada. Azeda.

A arte esmaga. Aniquila. Achincalha. Aleijadas se expõem minhas sensações.
Suor. Raça. Amor. Raiva. Asco. Ódio.

Os seis sentidos (seis, sim) me extenuam. Miro o objetivo. Ou uma ajuda. Apelo. Onde ei-la?

As santidades se escondem. Mãos sóbrias somem momentaneamente, enquanto ouso. Ou uivo, ostentando otimismo.

Olhei. Imaginei. Inventei. Ilhei-me. E estou um mentecapto. Otimismo? Onde? Esquece. Elaborar rói. Irrita. Anoitece. Agracia. Abraça. Aquece. Ensina. Atreve. Erra. Acerta. Acolhe.

É estranho. Ou um mero ostracismo. Opaco. Ojeriza arregaçada. A acintosa animosidade esconde em minha aura a aversão.

Onde? Encolho-me em mares sensíveis. Sofro. Os sopros saem, mas só organizam minhas separações. Simplesmente.

Entretido, observei ideias sem sentido ornamentarem minha autoestima. Aqui, inexorável liberdade. Entoo.

Oh, hoje! Enfim moldei. Iluminei-me. Escutei ironicamente. Entendi inteiramente. Enumerar repetidas sentenças sacudiu um mal longínquo. Os sussurros sinalizaram minhas superações.

Sorveram muita autenticidade em minha alma.

Assim me envolvi.

Inescrupulosamente, escrevi.


P.S: pessoal, o texto acima tem uma peculiaridade que certamente passou despercebida. Para fins de exercício criativo, utilizei-me de um método que apelidei de "rabo de cachorro". Que método é esse? Simples. A última letra de cada palavra é a letra que inicia a seguinte. E assim veio o texto sobre justamente o ato de escrever. Podem voltar lá e conferir. É de graça.



Nenhum comentário:

Postar um comentário